Artigo da Dra. Ana Paula Canto
A catarata é a opacidade da lente natural do olho, chamada de cristalino. A doença apresenta graus, que variam de leve até mais avançado, chegando ao nível onde paciente só percebe se a luz está acesa ou apagada. Os sintomas mais iniciais são: visão embaçada, alteração frequente no grau do óculos, maior sensibilidade à luz, espalhamento dos reflexos ao redor das luzes, alteração na percepção dos tons das cores parecendo que estão desbotadas e que o branco está mais amarelado. É importante lembrar: os riscos que uma pessoa com catarata sofre são inerentes a diminuição da visão. Por isso, podem acontecer quedras e acidentes de carro.
A doença ocorre, normalmente, pelo envelhecimento natural do cristalino. Porém, pode ser congênita, quando a criança já nasce com o problema ou ainda ser decorrente de um trauma no olho, do uso de medicamentos como corticoide, doenças sistêmicas, como o diabetes mellitus ou as próprias doenças oculares, como a uveíte.
Não existe um tratamento clínico para a curar a catarata, apenas cirúrgico. Segundo dados do Ministério da Saúde, são realizadas cerca de 556 mil cirurgias de catarata por ano, sendo que houve um aumento de 59,7% em 2016 com relação a 2010. No procedimento é retirado o cristalino opaco e substituído por uma lente artificial transparente, chamada lente intraocular. A cirurgia pode ser realizada de forma tradicional, quando as incisões são feitas com bisturi, ou utilizando a técnica de laser, que faz os cortes, abertura da cápsula e a fragmentação da catarata de forma ainda mais precisa. As lentes intraoculares utilizadas variam conforme fabricante e modelo. Em alguns casos, é possível tornar o paciente independente de óculos e corrigir o grau de miopia, hipermetropia e astigmatismo.
A cirurgia de catarata não é um procedimento simples, exige experiência e habilidade do cirurgião. Mas, devido aos avanços tecnológicos dos equipamentos e técnicas, tornou a cirurgia mais segura e rápida.
Depois de realizada a cirurgia, a catarata não volta mais. O que pode ocorrer é um processo de fibrose na membrana posterior que sustenta a lente intraocular. Dependendo da intensidade dessa fibrose, a membrana pode se tornar opaca e prejudicar a visão. Para resolver o problema, é recomendado que se faça um novo procedimento chamado capsolutomia, que promoverá a abertura dessa cápsula, melhorando a visão.
*Ana Paula Canto é médica formada pela Faculdade Evangélica do Paraná, com residência em Oftalmologia pelo Hospital Evangélico de Curitiba. Pela Bascom Palmer Eye Institute, dos Estados Unidos, possui Research Fellow em Córnea, Catarata e Cirurgia Refrativa e atualmente cursa Clinical Fellow na mesma especialidade. É oftalmologista na Clínica Canto, em Curitiba – Paraná.