Diagnóstico precoce evitaria que 29 mil crianças perdessem a visão no país

Postado dia 23 de March de 2017
por Clínica Canto
home blog Diagnóstico precoce evitaria que 29 mil crianças perdessem a visão no país

Visitas ao oftalmologista devem iniciar logo após o nascimento para diagnosticar e tratar doenças oculares

Levar as crianças para fazer exames oftalmológicos deve ser rotina na vida dos papais. Esse cuidado se torna ainda mais importante ao verificar os dados do levantamento “Condições de Saúde Ocular no Brasil”, realizado pelo Conselho de Oftalmologia (Edição-2015). De acordo com o documento, 29 mil crianças cegas devido às doenças oculares poderiam ter sido tratadas precocemente e evitado a perda da visão.

A oftalmologista Dra. Ana Paula Canto da Clínica Canto ressalta que os problemas mais comuns na infância são a hipermetropia, astigmatismo, miopia e estrabismo. No entanto, doenças mais sérias também podem ser diagnosticadas com exames específicos e consultas ao médico especialista. “Ainda quando a criança é bebê, já é possível diagnosticar se há, por exemplo, catarata e glaucoma congênitos. Um pouco mais tarde, o retinoblastoma, um tumor maligno que pode causar a morte ou grande dificuldade de enxergar, pois não permite o desenvolvimento da visão”, revela a médica. Apesar dessas doenças graves, ela assegura que “grande parte dos problemas, quando descobertos precocemente, podem ser tratados ou prevenidos com a orientação de um oftalmologista”.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), o retinoblastoma é o câncer mais comum na infância: atinge uma em cada 20 mil crianças e tem maior incidência em menores de cinco anos. “Trata-se de um tumor altamente maligno, mas quando diagnosticado precocemente tem 90% de chance de cura, porém, quando o diagnóstico é tardio pode haver complicações”, explica a oftalmologista.

O diagnóstico precoce pode impedir a cegueira e, caso haja um tumor, salvar a vida da criança. “Um indício que pode ser sinal de retinoblastoma é a pupila branca ao invés de vermelha em fotos com flash”, esclarece a Dra. Ana Paula. “Se na fotografia foi percebido reflexo branco, estrabismo ou qualquer outro sinal de anormalidade ocular, a criança deve ser examinada por um oftamologista”, ressalta.

Assim que o paciente é diagnosticado com retinoblastoma, será preciso avaliar o grau em que o tumor se encontra para optar por um tratamento. Os estágios podem ser: dentro do olho apenas (intraocular), afetando o nervo óptico, em um ou nos dois olhos ou apresentar metástase. “O objetivo será sempre preservar a vida e a visão do paciente”, salienta a médica.

Consultas ao oftalmologista

Para evitar ou prevenir problemas oculares, os cuidados com os olhos devem iniciar ainda na maternidade, com o teste do olhinho. Depois, as avaliações são semestrais até os dois anos de idade, na sequência, são anuais ou a cada dois anos.

“A visão da criança se desenvolve até os sete anos de idade. Caso ela tenha algum grau que não seja corrigido com óculos, a visão pode não se desenvolver 100%, ocasionando a ambliopia, conhecida popularmente como ‘olho preguiçoso”, explica a Dra. Ana Paula Canto. “É preciso ter muita atenção, pois, algumas vezes, apenas um dos olhos pode ter um grau mais elevado e o outro enxergar bem, e isso pode passar despercebido pelos pais.”

Sintomas como ardência, lacrimejamento, piscar em excesso, dores de cabeça, coceira nos olhos e dificuldade na escola são sinais de alerta. “Algumas crianças que não enxergam bem têm dificuldades na alfabetização, não têm um bom desempenho escolar e podem ter diagnóstico de déficit de atenção. Quando algo assim aparecer, os pais devem marcar uma consulta com um oftalmologista”, orienta.

A oftalmologista esclarece que o uso de óculos não tem idade mínima para ser recomendado. “Bebês que possuem alto grau ou tenham realizado cirurgia de catarata congênita podem usar óculos desde o diagnóstico. Por exemplo, uma criança de um ano e meio não conseguia andar direito e vivia se batendo nos móveis. Ao realizar os exames, percebemos que ela tinha sete graus de hipermetropia e, após iniciar o uso de óculos, apresentou melhor desenvolvimento”, conta.

Tags